Novidades de Encantar...

A colecção Histórias de Encantar cresceu e tem agora 25 histórias ilustradas. Aos João e Pé de Feijão, Rapunzel, Gato das Botas, Cinderela, etc... juntaram-se a Sereiazinha, Hansel and Gretel, Corcunda de Notre-Dame, entre outros...
Postais, marcadores de livro e desenhos para colorir disponíveis aqui.

Final Feliz

*INDISPONÍVEL*

A Fadinha agradece à Sónia e ao Ricardo que a desafiaram para desenvolver este projecto. Tudo começou com o pedido para a criação de um convite de casamento.

Todo o evento foi planeado pelos noivos ao mínimo detalhe. Aos convidados foram oferecidos livros que guardavam 18 contos infantis. O título de cada conto identificava cada mesa...
Para cada conto foi criada uma ilustração.
As 18 aguarelas originais apresentadas neste espaço deram vida a uma exposição que nos fez viajar no tempo... lembrando-nos que nunca devemos parar de sonhar.

Muito Muito Muito Obrigada Sónia e Ricardo :)
***

A Promessa Cumprida

Era uma vez um príncipe e uma princesa que viviam em reinos muito distantes. Um dia, foram convidados para uma grande festa noutro reino. Conheceram-se e gostaram tanto da companhia um do outro que ficaram toda a noite a conversar e a dançar e acabaram por se apaixonar. Mas o príncipe tinha que deixar a princesa. “Tenho que viajar a reinos distantes e não posso negar-me a fazê-lo. Mas prometo que, quando puder, irei ao teu reino para me casar contigo”, disse o príncipe. “Se prometes voltar, eu prometo esperar por ti”, respondeu-lhe a princesa. “Mas o meu reino é distante e existe apenas um caminho para lá chegar. Terás que ser persistente para o encontrar se me quiseres voltar a ver”. O príncipe assentiu e, com um beijo, partiu.
O príncipe viajou para um reino no outro lado do mundo, onde as pessoas vestiam outras roupas e falavam outra língua. Mas só pensava em regressar e voltar a ver a sua amada. A princesa esperava-o ainda que temesse que o príncipe pudesse não cumprir a sua promessa. Quando terminou a sua missão, o príncipe ficou muito feliz pois podia finalmente procurar o caminho para voltar a ver a sua amada. Parou num reino onde toda a gente vestia de branco e perguntou a um camponês qual o caminho para o reino da princesa. O camponês, vendo um príncipe forte à sua frente, fez-lhe uma proposta: “Se nos ajudar a defrontar o dragão que nos assusta e destrói as nossas casas, dir-lhe-ei o caminho”. O príncipe aceitou e ajudou o reino a construir casas de pedra que o dragão não podia incendiar e a montar armadilhas por toda a floresta para apanhar o dragão. Depois de vencerem o dragão, o camponês cumpriu com a sua palavra: “Terá que seguir sempre para ocidente até um reino onde toda gente fala muito alto. Aí poder-lhe-ão dizer como chegar”. O príncipe agradeceu e partiu feliz por estar mais perto da sua princesa. Passados muitos dias parou junto de um camponês que lavrava a terra e perguntou-lhe qual o caminho para o reino da princesa. O homem, vendo um nobre a seu lado, disse-lhe falando muito alto: “Dir-lhe-ei senhor, mas apenas se convencer o nosso amo a não nos obrigar a trabalhar tanto por tão pouco dinheiro”. O príncipe aceitou. O amo dos camponeses era um homem vaidoso e invejoso que se preocupava pouco com o seu povo, que era muito pobre. Então o príncipe vestiu as suas melhores roupas e pediu uma audiência com o nobre. Conversaram durante largas horas e o príncipe disse que vinha de um reino tão rico que até as fontes de água eram de ouro. O nobre ficou muito surpreendido e perguntou-lhe como era possível. “É fácil”, disse o príncipe. “Pagamos um pouco mais ao nosso povo. Ele fica tão feliz que trabalha muito mais e produz muito melhor”. Então o nobre decidiu aumentar o salário aos seus trabalhadores, que ficaram muito contentes. E disse o camponês: “Está perto, senhor. Passará aquelas montanhas e antes de entrar na planície, o mais estreito caminho do pinhal levá-lo-á ao seu destino”. O príncipe agradeceu e partiu.
A princesa aguardava pelo seu amado, ansiosa pelo dia do seu regresso, quando à janela do seu palácio, viu ao longe um cavaleiro a vir na sua direcção. Correu para a porta pois sabia quem estava a chegar. Quando se encontraram sorriram e abraçaram-se pois o seu amor tinha conseguido superar toda a distância que os tinha separado. Decidiram então casar e viverão felizes para sempre.

Texto escrito por Sónia Santos e Ricardo Domingos

As Três Penas

Era uma vez um rei que tinha três filhos. Como estava a envelhecer, teria que decidir qual dos seus filhos iria ocupar o seu lugar. Decidiu então fazer uma prova que demonstrasse esforço e respeito pelos seus desejos. Juntou os filhos e disse que quem lhe trouxesse o melhor e mais saboroso pão seria coroado rei no seu lugar. Atirou três penas para o ar e cada um dos filhos deveria seguir a direcção de cada pena. Uma das penas voou para o lado esquerdo, outra para o lado direito e a terceira caiu perto de onde tinha sido lançada. Os dois irmãos partiram logo para cada uma das direcções, deixando o mais jovem no mesmo sítio. Ali não havia ninguém e seria impossível satisfazer o desejo do seu pai. Ao apanhar a pena, viu um pequeno caminho que entrava pela montanha. Andou vários metros até encontrar uma porta. Bateu e mandaram--no entrar. Encontrou uma velha que perguntou o que ele desejava. Então contou-lhe o seu problema e que nunca encontraria um pão melhor que o dos seus irmãos.
Então a velha trouxe-lhe uma caixa onde estava o pão mais saboroso que alguma vez tinha provado. O jovem agradeceu-lhe e correu para o entregar ao rei.
O rei ficou muito contente com o pão que o filho mais novo tinha trazido, que era o melhor dos três. Os irmãos, no entanto, acharam que não era digno de ser rei e que não era justo ser ele o escolhido apenas depois de uma prova. O rei decidiu então fazer um segundo desafio: Teriam que lhe trazer o anel mais rico e bonito que encontrassem. Voltou a atirar as penas que voaram para as mesmas direcções. Os irmãos repetiram os caminhos e o mais novo regressou à casa da velha. Voltou-lhe a contar o seu problema e ela trouxe-lhe outra caixa de onde retirou um anel de ouro e pedras preciosas com cores que nunca tinha visto. Voltou a agradecer e regressou com o anel para o rei.
Novamente, o rei ficou impressionado com a proeza do filho mais novo, que lhe trouxe o anel mais valioso e belo. Os irmãos voltaram a protestar e pediram uma nova oportunidade. O rei voltou a conceder: O príncipe que trouxesse a rapariga mais bonita do reino seria o seu herdeiro. Voltou a lançar as três penas, que caíram nos mesmos locais. Os príncipes voltaram a seguir os seus caminhos e o mais jovem voltou a ir ter com a velha, queixando-se que esta prova ele nunca conseguiria ultrapassar. Então a velha foi a uma sala ao lado e trouxe a rapariga mais bonita que o príncipe alguma vez tinha visto. “Dei-te o meu pão, dei-te o meu anel e agora dou-te a minha filha. Mesmo que não te tornes rei, promete-me que a tratarás como uma rainha e a farás feliz”. O jovem olhou para a rapariga e logo se apaixonou. Nem hesitou em aceitar os termos da velha e levou a rapariga. Todos ficaram encantados com a sua beleza, muito superior à das jovens que os irmãos tinham trazido. Estes voltaram a protestar mas o rei respondeu: “Foi o vosso irmão quem trouxe o melhor pão, que simboliza o alimento que o povo deverá ter. Foi ele quem trouxe o mais rico anel, que simboliza a riqueza que deverá existir no reino. E foi ele quem trouxe a mulher mais bonita, como era meu desejo. Será ele o meu sucessor”. Então o príncipe tornou-se o herdeiro do rei e quando foi a sua vez de governar o reino, fê-lo sempre com sabedoria e acerto, ao lado da sua rainha, com quem viveu muito feliz.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

A Bela e o Monstro

Era uma vez um mercador que vivia com as suas três filhas. A mais jovem era a mais bonita e carinhosa e por isso chamavam-lhe “Bela”. Um dia, o pai teve de viajar para longe em negócios, e Bela pediu que lhe trouxesse uma rosa, porque na sua terra não havia. O homem partiu, tratou dos seus negócios e preparou-se para o regresso. Na viagem de volta, começou a chover muito. Desesperado, procurou um sítio para se refugiar e chegou a um magnífico palácio. Bateu várias vezes sem resposta. Então, decidiu entrar. O interior era muito rico e bem decorado. O velho mercador percebeu que a mesa estava posta para uma pessoa, com comida quente e vinho. O homem chamou e ninguém respondeu. Com fome e cansado, não resistiu e começou a comer.
Quando acabou, foi à procura de alguém pela casa mas não viu ninguém. Resolveu então entrar num dos quartos que tinha a porta aberta e estava iluminado. Descansou um pouco e adormeceu. No outro dia, saiu de casa, espantado por não ter visto ninguém. À saída, no jardim, viu uma roseira com lindas rosas e, ao lembrar-se da promessa feita à sua filha, colheu a rosa mais bonita da roseira. Ouviu, então, atrás de si um rugido e viu um homem muito feio, com cara de animal, que disse: “É assim que pagas a minha hospitalidade, roubando as minhas rosas? Para castigo serás meu criado para sempre”. O mercador, assustado, explicou que a rosa era o presente para uma das suas filhas. O Monstro propôs-lhe, então, uma troca: dentro de uma semana devia voltar uma das suas filhas em seu lugar. Apavorado, o homem regressou para casa. Contou às filhas o que tinha acontecido e Bela disse: “Foi por minha causa que enraiveceste o Monstro. Devo ir eu em teu lugar”. De nada valeram os protestos do pai. Passados sete dias, a Bela partiu para cumprir o acordo do seu pai com o Monstro. Chegada ao palácio, não encontrou ninguém. Chegou então a uma porta e leu um bilhete que lá estava colocado: “Este é o seu quarto”.
Na hora do almoço, sentiu baterem à porta. Abriu e encontrou-se com o homem com cara de um animal. Assustou-se e começou a gritar com medo. E disse o Monstro: “Sei que tenho um aspecto horrível, mas não sou mau e espero que a minha companhia, um dia, possa ser-te agradável. Por agora, queria pedir-te para que me honres com a tua presença ao almoço”. Bela aceitou e aos poucos compreendeu que o Monstro não era malvado. Bela foi-se sentindo cada vez mais afeiçoada àquele estranho homem, que era muito gentil, culto e educado. Uma tarde, o Monstro levou Bela ao jardim e, timidamente, disse-lhe que se tinha apaixonado por ela e pediu-a em casamento. Surpreendida, a rapariga não sabia o que dizer e pediu para ir ter com o pai, para este lhe dar o seu conselho. O Monstro deixou-a ir, fazendo-a prometer que regressaria após sete dias.
Quando o pai viu a Bela de novo, ficou muito feliz. Bela começou a contar tudo o que acontecera. Os dias foram passando e a Bela não percebeu que já tinham passado mais do que os sete dias prometidos. Uma noite, sonhou que o Monstro estava caído no jardim. Lembrou-se da promessa e correu para o palácio, onde encontrou o Monstro caído no chão. Então, Bela abraçou-o: “Acreditava ter por ti só uma grande amizade e admiração, mas agora percebo que te amo”. Com aquelas palavras o Monstro abriu os olhos. E perante Bela começou a transformar-se num belo rapaz e contou-lhe que um feitiço o tinha transformado naquele ser e que só o amor verdadeiro de uma rapariga podia quebrar o encantamento. Então, Bela aceitou o pedido de casamento e viveram felizes para sempre.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

Rapunzel

Era uma vez um lenhador que vivia feliz com a sua mulher e a sua filha, Rapunzel, uma menina muito bonita e com tranças muito compridas. Ao lado da sua casa morava uma bruxa que era muito egoísta e invejava a felicidade da família. A bruxa tinha um quintal enorme, com um pomar cheio de frutas e construiu um muro bem alto, para que ninguém lá pudesse entrar. Um dia Rapunzel estava a brincar ao pé de casa e encontrou um buraco na vedação do quintal da bruxa. Decidiu entrar devagarinho e provar algumas maçãs. Fez isso durante vários dias até que a velha bruxa descobriu e apareceu à sua frente rodeada pelos seus corvos: “Então és tu que me roubas as maçãs! Vais ser castigada por isso: Vou-te levar para uma torre na floresta, sem porta e com apenas uma janela bem alta, para que não possas sair. E usarei as suas tranças como escada para ir ter contigo”.
E assim fez. A Rapunzel foi presa na torre e passava os dias a fazer tranças com o seu longo cabelo, enquanto cantava com os passarinhos. Todas as vezes que a bruxa queria visitá-la, ia até à torre e gritava: “Rapunzel! Atira as tuas tranças!”
A rapariga atirava as tranças e a bruxa usava-as para subir à torre. Um dia, muito tempo depois, passou por ali um príncipe que ouviu a Rapunzel a cantar. Ele ficou muito curioso para saber de quem era aquela linda voz. Cavalgou até à torre e percebeu que a pessoa que cantava estava presa lá no alto, sem nenhuma porta para entrar ou sair. Mas o príncipe ouviu um barulho e, escondido, pôde ver a velha bruxa gritar para a janela: “Rapunzel! Atira as tuas tranças!”
Na noite seguinte, o príncipe foi até à torre e imitou a voz da bruxa. Rapunzel obedeceu, atirou as tranças e surpreendeu-se ao ver o príncipe entrar pela janela. O príncipe contou que tinha ficado apaixonado pela sua voz e disse que queria continuar a vê-la. Os dois passaram a ver-se todos os dias, depois da bruxa sair da torre. Um dia Rapunzel, muito distraída, disse à bruxa que ela era mais pesada que o príncipe. Ao descobrir os encontros da rapariga, a bruxa cortou-lhe as tranças, chamou os seus corvos e ordenou-lhes que levassem Rapunzel para o deserto e que ficassem a guardá-la. O príncipe foi visitar Rapunzel, como fazia todas as noites. A bruxa segurou as tranças que tinha cortado da rapariga e atirou-as para que o príncipe subisse. Quando o príncipe chegou à janela, a bruxa largou as tranças e ele caiu da torre. Então o príncipe decidiu procurar a sua amada Rapunzel por todo o lado. Andou vários meses à procura, até chegar ao deserto. Conseguiu finalmente encontrá-la, mas os corvos não a deixavam fugir. O príncipe conseguiu afastar os corvos e levou a Rapunzel para o seu palácio. A bruxa egoísta ficou presa na torre, sem maneira de sair de lá e a Rapunzel e o príncipe viveram felizes para sempre.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

Caracolinhos Dourados e os Três Ursos

Era uma vez uma família de ursinhos: o Pai Urso, a Mãe Urso e o filhote Urso. Os três moravam numa bonita casinha, no meio da floresta. O Pai Urso era o maior e o mais forte dos três e tinha uma voz bem grossa. A Mãe Urso era um pouco mais pequena, era gentil e delicada e tinha uma voz meiga. O filhote Urso era o mais pequeno, muito curioso e tinha uma voz muito fininha. Um dia, para almoço, a Mãe Urso fez uma deliciosa papa, como era costume. Como a papa estava muito quente, a mãe Urso propôs que fossem dar um passeio juntos pela floresta, enquanto a papa arrefecia nas tigelas.
Enquanto eles estavam fora, apareceu por ali uma menina de cabelos loiros encaracolados, que morava do outro lado da floresta. Era muito curiosa e costumava sair muitas vezes de casa sem que os seus pais soubessem para se meter em aventuras.
Quando se aproximou da casinha dos ursos, já muito cansada de tanto andar, resolveu bater à porta. Bateu, bateu, mas ninguém respondeu. Ao perceber que a porta estava apenas encostada, resolveu entrar e viu a mesa posta, com as tigelas de comida. A menina estava com muita fome, mas resolveu esperar se vinha alguém. Viu três sofás num canto e decidiu sentar-se um pouco. O maior era muito grande e ela mal conseguia subir para lá chegar. O do meio era também grande e pouco confortável. O mais pequeno era perfeito para ela, mas quando se sentou, o pé do sofá partiu-se. Como continuava com muita fome, resolveu provar a comida que estava na mesa. Sentou-se e provou a papa da tigela maior. Estava muito quente. Provou a tigela do meio e também estava quente. Provou a tigela pequena e a papa estava tão boa, que acabou por comer tudo. Depois de comer, resolveu subir as escadas. Chegou a um quarto que tinha três camas. Experimentou-as todas e deitou-se na mais pequena, que lhe parecia a mais confortável. Estava tão cansada que não resistiu e adormeceu
Enquanto a menina dormia, os ursinhos voltaram do passeio. Sentaram-se à mesa para comer a papa e logo viram que alguém ali tinha estado: “Alguém mexeu no meu prato!”, rosnou o Pai Urso; “Alguém mexeu no meu prato!”, disse a Mãe Urso; “Alguém comeu tudo o que estava no meu prato!”, gritou o filhote Urso. Foram então à sala. O Pai Urso olhou para o seu lugar e exclamou: “Alguém se sentou no meu sofá”. A Mãe Urso, reclamou: “Alguém também se sentou no meu sofá”. E o filhote Urso, a choramingar disse: “Alguém partiu o meu sofá”!
Os três subiram as escadas, e foram em direcção ao quarto. O Pai Urso olhou para sua cama e perguntou: “Quem se deitou na minha cama?” A Mãe Urso olhou para sua cama e disse: “Alguém esteve deitado na minha cama!” O filhote Urso, muito aborrecido, gritou: “Alguém está deitado na minha cama!” A Caracolinhos Dourados acordou com o grito do pequeno Urso. Ao ver os três ursos com ar chateado a olhar para ela, ficou muito assustada, deu um pulo da cama e correu pelas escadas abaixo em direcção à porta. Correu para casa e nunca mais fugiu para se não meter em sarilhos.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

Os Príncipes Pretendentes

Era uma vez, num reino muito distante, um rei que tinha uma filha que estava em idade de casar. A rapariga era muito bonita e tinha muitos pretendentes. Um dia chegaram três príncipes de reinos vizinhos que anunciaram o seu desejo de casar com a princesa. Então o rei decidiu mandar-lhes fazer uma prova para decidir com quem casaria a sua filha. “Todos são dignos da mão da minha filha e não consigo decidir. Por isso, quem me trouxer, daqui a um ano e um dia, o presente mais fascinante, casará com a minha filha”.
Os príncipes aceitaram e partiram. Chegaram a um cruzamento que se dividia em 3 caminhos e antes de cada um seguir o seu, decidiram encontrar-se no mesmo sítio quando tivessem terminado o seu desafio para poderem comparar os presentes. Passado um ano voltaram ao sítio combinado, cada um com uma oferta diferente para o rei. O primeiro príncipe tirou do saco um tapete. “É um tapete voador. Quem nele se sentar poderá voar até onde quiser em muito pouco tempo”. O segundo mostrou uma pomada curativa. “Uma pequena porção curará qualquer mal”. O terceiro trouxe uma bola de cristal. “Mostra tudo o que quisermos ver, em qualquer lugar do mundo”. Então disse o segundo príncipe: “Aproveitemos a bola de cristal para ver como está a princesa”. Colocaram as mãos por cima da bola, que mostrou o rei sentado numa poltrona a chorar e a sua filha deitada na cama, rodeada de médicos. “A princesa está doente”, disse o terceiro príncipe. “Depressa”, disse o primeiro, “subam rápido para o tapete”. Demoraram poucos minutos a chegar ao palácio. A princesa estava muito mal e os médicos diziam que nada podiam fazer por ela. Então o segundo príncipe abriu o frasco da pomada e passou-a pelas mãos da princesa. Passado uns momentos, ela abriu os olhos. “Milagre”, disse o rei, “a minha filha está curada”.
Nessa mesma noite, os príncipes juntaram-se ao rei, à princesa e ao conselho real e disse o segundo príncipe: “Majestade, todos trouxemos presentes mágicos mas não há dúvida que a minha pomada é o mais precioso pois salvou a princesa”. “Mas sem o meu tapete nunca chegaríamos a tempo”, argumentou o primeiro. “E sem a bola de cristal nunca saberíamos que estava doente”, respondeu o terceiro. Perante este dilema, o rei pediu o parecer do conselho. Todos tinham uma opinião diferente e discutiram durante muito tempo, sem conclusão. Até que o conselheiro mais jovem pediu a palavra: “Todos agradecemos o que fizeram os príncipes pela nossa princesa. Mas nunca chegaremos a um veredicto sobre qual o artefacto mais valioso pois todos eles foram de igual utilidade. Mais importante do que a nossa opinião, deve ser a opinião da princesa, pois é ela quem deveria escolher o seu futuro esposo”. Todos aprovaram as palavras sábias do jovem conselheiro e olharam para a princesa, à espera de uma decisão. A princesa ficou em silêncio mas logo respondeu: “Ficarei para sempre em dívida com os príncipes por me terem salvo a vida, mas não posso casar com quem pretende antes agradar a meu pai do que me agradar a mim. Prefiro casar-me com um homem sábio e que respeite a minha opinião. Se tenho que escolher um esposo, escolho então o conselheiro”. Todos ficaram surpreendidos com a decisão da princesa. O rei aceitou-a e mandou preparar o casamento, com os três príncipes como convidados de honra. Então a princesa e o conselheiro casaram e viveram felizes para sempre.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

A Filha do Pescador

Era uma vez um bruxo muito rico que tinha uma bola de cristal. Quando nasceu o seu filho, foi ver na bola de cristal qual seria o seu futuro e viu que ele se iria casar com uma rapariga muito pobre. O homem viu quem era o pai da rapariga e foi falar com ele: “Sei que tiveste mais uma filha. Como já tens muitos outros, eu posso tomar conta dela e dar-lhe uma vida boa”. O homem, agradecido, aceitou. O bruxo levou a menina para longe, até à beira de um riacho. Pegou no cesto onde ela estava e colocou-o na água: “A corrente levar-te-á para bem longe daqui, onde o meu filho nunca te conhecerá”. A cesta seguiu rio abaixo até que um pescador a viu e apanhou. Ficou tão surpreendido e cheio de pena daquela criança, que a levou para casa e a adoptou como sua filha.
A menina cresceu e ficou muito bonita. Um dia, o bruxo viajava com uns companheiros e pararam nas margens do rio para descansar e comer. Tinham ido deixar o filho do bruxo na casa do seu irmão, para que pudesse aprender a gerir os negócios da família. Pediram à mulher do pescador que lhes arranjasse de comer e beber. Os viajantes foram servidos pela filha do pescador e, impressionados com a beleza da rapariga, pediram ao bruxo para ver qual seria o seu futuro. O bruxo tirou a bola de cristal e, para seu espanto, descobriu que era a menina que ele tinha colocado no cesto. Zangado, pensou num plano e disse à rapariga: “Posso dar-te uma rica vida, se o desejares. Basta levares uma carta ao meu irmão e não terás que te preocupar com o teu futuro”. A rapariga hesitou mas acabou por aceitar a proposta. O bruxo escreveu então num pedaço papel, sem que ela visse: “Caro irmão, peço-te que prendas esta rapariga no calabouço e não deixes que o meu filho a veja”. O bruxo selou então a carta e mandou-a para casa do irmão.
A rapariga pôs-se a caminho e a meio do dia parou numa estalagem. Enquanto comia e descansava, entrou um grupo de ladrões que pediu a todos os clientes que lhes entregassem os seus bens. Os homens descobriram a carta e abriram-na. Ao verem o que dizia, decidiram alterar a carta: “Caro irmão, peço-te que cases esta rapariga com o meu filho imediatamente”. E fecharam a carta com o selo. A rapariga chegou finalmente à casa do irmão do bruxo que, ao ler a carta, mandou tratar logo do casamento. Em poucos dias, a rapariga e o filho do bruxo estavam casados. O rapaz era muito educado e gentil e tratava muito bem a rapariga, que começou a gostar muito dele.
Um dia veio o bruxo visitar o irmão e o filho e descobriu que o seu plano tinha falhado. Levou então a rapariga para um passeio e, perto de uma gruta abandonada, na margem de um rio, disse-lhe: “Já tentei tudo para me ver livre de ti. Vou-te prender nesta gruta e ninguém te vai descobrir”. A rapariga chorou muito e pediu-lhe para ele não a deixar ali: “Faço tudo o que me pedir. Vou para bem longe e só voltarei a ver o seu filho quando o senhor o desejar”. O bruxo acabou por aceitar e, retirando o seu anel, disse: “Que eu só te volte a ver quando me mostrares este anel”. E atirou-o para o rio. A rapariga fugiu e chegou ao palácio de um fidalgo. Decidiu pedir trabalho e colocaram-na na cozinha. Um dia, houve um banquete e à rapariga coube arranjar o peixe para os convidados. Quando estava a abrir um peixe, viu o anel do bruxo. Ficou muito surpreendida e guardou-o. Quando os criados foram servir os convidados, a rapariga descobriu que, entre eles, estavam o bruxo e o filho, seu marido. Então aproximou-se, abriu a mão e entregou o anel ao bruxo que, surpreendido, disse a toda a gente: “Esta é a mulher do meu filho. O destino uniu-os e nada os poderá separar”. Então nunca mais se afastaram e viveram felizes para sempre.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

João e o Pé de Feijão

Uma viúva vivia sozinha com o seu único filho, João. Como eram muito pobres, decidiram vender a sua última vaca para poder comprar comida para o Inverno. No caminho para a feira, João encontrou um homem que lhe propôs trocar a vaca por alguns grãos de feijão mágicos. O homem disse que podiam ajudá-lo a ter uma vida melhor desde que fosse corajoso. O João aceitou a oferta e semeou os feijões no quintal.
No dia seguinte encontrou um pé de feijão com ramos tão altos que chegavam às nuvens e resolveu subir. Levou muito tempo até que chegou a um lugar muito estranho, onde estava o homem que lhe deu os feijões. O homem disse que ali vivia um gigante muito mau que atormentava toda a gente e que só uma pessoa muito corajosa os podia ajudar a livrarem-se do gigante. Em troca, podia ficar com todas as suas riquezas. João aceitou a proposta do homem e decidiu ajudá-los.
O homem indicou-lhe o caminho do castelo e disse-lhe que podia contar com a ajuda dos empregados do gigante que também não gostavam dele.
Ao chegar ao castelo, João foi atendido por uma rapariga muito bonita. Pediu-lhe então que o escondesse , onde pudesse estar perto do gigante sem ser visto. A rapariga acedeu e levou-o para um quarto secreto, de onde se conseguia ver a sala do gigante. O gigante era enorme e muito bruto. Grunhia tão alto que todo o castelo estremecia. Os empregados, muito assustados, iam-lhe trazendo comida continuamente, que ele devorava, deitando os restos para o chão. Ao seu lado, tinha empilhado todo o seu tesouro, que ele guardava com medo que algum empregado o roubasse. O gigante tinha um monte enorme de arcas cheias de ouro e pedras preciosas e muitos sacos de moedas.
João observava o gigante e apenas tinha a companhia da criada, que lhe trazia comida e com quem gostava muito de falar. Um dia, quando o gigante estava a dormir, depois de ter comido muito, João decidiu pôr em prática o seu plano: com a ajuda da rapariga, entrou silenciosamente na sala do gigante. Roubou vários sacos de moedas e pediu aos empregados que quando estivesse um pouco longe, dessem o alarme ao gigante. O João saiu do castelo e a rapariga decidiu fugir com ele. Enquanto corriam, João ia deixando cair uma moeda de cada vez. Alguns minutos depois, os criados gritaram ao gigante que ele tinha sido roubado por um rapaz que tinha acabado de fugir. O gigante, irado, sai do castelo atrás do ladrão que, enquanto fugia, ia deixando um rasto de moedas. As moedas acabavam num pé de feijão. Então o gigante decidiu descer o pé de feijão, para apanhar quem lhe tinha roubado o tesouro. Quando o gigante estava quase a acabar de descer o pé de feijão, João, que já tinha descido, corta o pé de feijão com um machado e o gigante caiu no chão. Então, com umas grandes correntes, prendeu-o.
João casou com a rapariga que o ajudou contra o gigante e com os sacos de moedas que tinha trazido comprou uma nova quinta para ele e para a mãe. Nunca mais tiveram dificuldades e viveram felizes para sempre.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

O Soldadinho de Chumbo

Numa loja de brinquedos havia uma caixa com vinte e cinco soldadinhos de chumbo todos iguais, menos um, ao qual faltava uma perna. Um dia a caixa foi dada de presente a um menino, que ficou maravilhado e logo colocou os soldadinhos em ordem junto ao parapeito da janela. Daí o soldadinho conseguia ver todos os outros brinquedos, entre os quais uma bailarina que estava à porta de um grande castelo de cartão. A bailarina era muito bonita, tinha os braços erguidos em arco sobre a cabeça e uma das pernas dobrada para trás, tão dobrada, mas tão dobrada, que acabava escondida pela saia. O soldadinho apaixonou-se imediatamente e pensou que, tal como ele, aquela menina tão linda tivesse uma perna só.
Um dia, o menino, ao arrumar os brinquedos, deixou que o soldadinho caísse para a rua. O menino foi a correr procurá-lo mas não o encontrou. Pouco depois passaram outros meninos. Um deles viu o soldadinho de chumbo e exclamou: “Um soldadinho! Será que alguém o atirou fora porque ele está partido?” “E que vamos fazer com um soldadinho só? Precisaríamos pelo menos de meia dúzia para fazer uma batalha”, disse o outro rapaz. “Tenho uma ideia”, disse o primeiro. “Vamos colocá-lo num barco e mandá-lo dar a volta ao mundo”. E assim foi. Construíram um barquinho com uma folha de jornal, colocaram o soldadinho dentro e soltaram o barco para navegar na água que corria pela sarjeta.
Apoiado na sua única perna, com a espingarda ao ombro, o soldadinho de chumbo procurava manter o equilíbrio. Com o coração a bater fortemente, o soldadinho voltava todos os seus pensamentos para a bailarina, que talvez nunca mais voltasse a ver. A água ganhou mais corrente e o barquinho de papel andou com mais força. A água caía em cascata para um lago. O soldadinho tentou equilibrar-se mas o barquinho deu um salto e caiu no rio. O barquinho virou e o soldadinho de chumbo afundou-se. Mal tinha chegado ao fundo, apareceu um enorme peixe que, ao vê-lo, o engoliu. O soldadinho estava numa imensa escuridão mas não deixava de pensar na sua amada. Passou-se muito tempo e de repente a escuridão desapareceu. O peixe tinha sido pescado por um senhor e a sua mulher, ao limpá-lo, tirou o soldadinho da barriga do peixe e deu-o ao seu filho para ele juntar aos outros soldadinhos que tinha no quarto.
O menino fez uma grande festa porque era o soldadinho que tinha caído na rua. Juntou-o aos outros na janela, de onde podia ver sempre a sua bailarina.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

A Bela Adormecida

Era uma vez um rei e uma rainha, que viviam tristes por não terem filhos, até que certo dia nasceu uma linda princesinha. Todo o reino ficou feliz e quando foi o baptizado, deram-lhe por madrinhas três fadas do reino. Os reis não quiseram convidar a quarta fada, uma fada muito má.
Mesmo assim, no dia da festa, a fada má apareceu e todos ficaram com medo do que pudesse fazer. Quando chegou o momento das fadas concederem os seus desejos à pequena princesa, a primeira fada madrinha concedeu-lhe a beleza, a segunda fada concedeu-lhe a graciosidade e a terceira fada disse que lhe concederia o seu desejo mais tarde, quando a princesa fosse crescida, porque já esperava que a fada má pudesse fazer mal à princesa.
Quando as fadas terminaram, a fada má levantou a mão e declarou que a princesinha, picaria a mão num fuso de um tear e morreria.
A terceira fada, então, declarou que, a princesinha não morreria, apenas ficaria adormecida e só acordaria com o beijo de um príncipe. Para que a sua filha não se picasse, o rei proibiu a utilização de fusos por todo o reino.
A jovem princesa cresceu, tornou-se muito bonita e quando fez 20 anos, o rei resolveu fazer uma grande festa num velho castelo. A princesa Aurora resolveu passear pelo castelo e subiu a uma torre, onde se encontrava uma velhinha que fiava com um fuso, porque nunca tinha ouvido a proibição do rei.
A princesa quis experimentar e mal pegou no fuso, picou-se no dedo e caiu, adormecida. E com ela, adormeceram todas as pessoas que estavam no castelo. Passou-se muito tempo, até ao dia em que um príncipe de um país vizinho passeava por ali e viu o castelo abandonado. Um camponês contou-lhe a história e disse que o castelo estava amaldiçoado pelo feitiço de uma fada má.
O jovem príncipe, que era muito valente, ficou curioso e resolveu entrar no castelo. Encontrou toda a gente a dormir. Continuou a andar pelo castelo e acabou por encontrar a princesa adormecida e ficou radiante com tanta beleza. Aproximou-se dela, ajoelhou-se e beijou-a com ternura. A princesa acordou com o beijo e o feitiço quebrou-se. Pouco a pouco, todo o castelo despertou e juntaram-se à princesa e ao príncipe. Algum tempo depois, a princesa e o príncipe casaram e viveram felizes para sempre.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

Cinderela

Era uma vez uma linda menina que se chamava Cinderela e morava com a sua madrasta, que tinha duas filhas. Elas eram muito egoístas e como não gostavam de trabalhar, obrigavam a Cinderela a fazer tudo, trabalhando dia e noite, enquanto elas iam a festas e banquetes. Os seus únicos amigos eram os animais da casa e da floresta, com quem conversava e a ajudavam a passar o tempo.
Um dia, o rei organizou um grande baile para o príncipe escolher a sua noiva entre todas as jovens do reino. Mas a madrasta impediu a Cinderela de ir, pois tinha tarefas domésticas para terminar. Mandou-a fazer tanta coisa que jamais conseguiria terminar a tempo de ir ao baile. No entanto, os seus amiguinhos ajudaram-na a fazer toda a lida da casa. Acabaram tudo a tempo, mas Cinderela lembrou-se que não tinha vestido para o baile.
Quando estava na cozinha a chorar, apareceu a sua fada-madrinha. Agitou a varinha de condão e logo surgiu um belo vestido de noite. Agitou a varinha outra vez e uma abóbora que havia na cozinha transformou-se numa bela carruagem. À terceira vez, os amigos da Cinderela transformaram-se em belos cavalos. Assim, estava pronta para o baile. Mas a fada-madrinha deixou-lhe um aviso: “Tens de voltar para casa antes da meia-noite, porque o feitiço acaba”.
Quando Cinderela chega ao baile toda a gente fica pasmada a olhar para aquela bela rapariga. O príncipe fica logo encantado e convida-a para dançar. No palácio, a beleza e a simpatia da Cinderela conquistaram toda a gente e o príncipe dançou com ela toda a noite. O tempo passou depressa e o relógio do palácio começou a bater a meia-noite. Cinderela lembrou-se logo do aviso da fada - madrinha e, enquanto descia a correr a escadaria do palácio, deixou cair o seu pequeno sapato de cristal.
O príncipe pegou no sapato e decidiu que havia de casar com aquela rapariga da qual nem sabia o nome mas que tinha conquistado o seu coração. Procurou então a dona do sapato por todo o reino, experimentando-o em todas as raparigas. O sapato não servia a nenhuma delas. Finalmente chegou à casa onde morava a Cinderela. As irmãs experimentaram o sapato, mas os seus pés eram grandes demais. Faltava a Cinderela mas a madrasta não quis que experimentasse o sapato porque não tinha saído de casa. O Príncipe insistiu e para espanto da madrasta e das irmãs, o sapato ficou perfeito no pé da Cinderela. Vibrando de alegria, o príncipe pediu-a em casamento.
Então casaram e viveram felizes para sempre.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

A Pomba e a Velha

Uma jovem criada viajava com os seus amos por uma floresta. Enquanto descansavam, a rapariga decidiu apanhar amoras para fazer um bolo quando chegassem a casa e perdeu-se. Deu muitas voltas à procura dos seus amos, mas em vão. Procurou uma estrada que a pudesse levar à mansão, mas também não encontrou.
Quando chegou a noite, a rapariga, muito assustada e com fome, procurou refúgio debaixo de uma árvore. Passado um pouco, uma pequena pomba branca voou até ela com uma pequena chave dourada no bico. “Naquela árvore grande está uma pequena fechadura. Abre-a com esta chave e encontrarás comida”. A jovem chegou à árvore, encontrou a fechadura e abriu-a. Lá dentro estava pão e leite. Depois de comer, a rapariga sentiu-se cansada. Voltou a pomba, que lhe entregou outra chave. “Naquela outra árvore está outra fechadura. Lá dentro está uma cama onde podes descansar”. A rapariga encontrou uma cama pequena mas confortável, onde se deitou e adormeceu. Na manhã seguinte, a pomba chegou pela terceira vez e trouxe mais uma chave. “Abre aquela árvore e encontrarás roupas”. A jovem abriu e encontrou roupas e jóias lindas, dignas de uma princesa. A rapariga viveu na floresta durante vários dias e a pomba trazia-lhe chaves que lhe permitiam ter tudo o que necessitava. Um dia, a pomba pergunta à rapariga se lhe pode fazer um favor. “Claro que sim. Em que te posso ajudar?”, perguntou a jovem. “Vou-te guiar até uma pequena casa na floresta, onde encontrarás uma velha mulher sentada à lareira que irá cumprimentar-te e falar contigo. Não deverás, por nenhuma razão, responder-lhe nem falar-lhe. Deves passar por ela em direcção a uma porta que está no fundo da sala. Entras nessa porta e verás vários anéis, de todos os tipos, alguns deles magníficos. Procura entre eles um anel liso e traz-mo”.
A rapariga aceitou e seguiu a pomba em direcção à casa. Entrou e viu uma velha sentada à lareira que cumprimentou a jovem, tal como a pomba tinha dito. A rapariga não respondeu e continuou em direcção à porta que estava no outro lado na sala. “Deves estar perdida. Senta-te aqui um pouco comigo, que eu trago algo para comer”, disse a velha. A rapariga não falou com ela e continuou a andar. “Malcriada. Entras em minha casa e não me falas?” A velha tentou agarrar a rapariga mas ela conseguiu fugir e correu em direcção à porta. Entrou pela porta e, em várias mesas, estava uma enorme quantidade de anéis de todas as formas e cores, que brilhavam perante os seus olhos. A rapariga procurou e não encontrou o anel liso que a pomba queria. Mas viu que a velha tinha entrado dentro da sala e estava a mexer num monte de anéis que estavam em cima de uma pequena mesa num canto. A rapariga correu em direcção à velha e conseguiu retirar-lhe um anel liso que ela já tinha fechado na mão.
A jovem fugiu com o anel e esperou que a pomba o viesse buscar. Mas a pomba, quando chegou, pousou ao lado da jovem e transformou-se num belo rapaz, que abraçou e beijou a rapariga. “Salvaste-me do feitiço de uma velha bruxa. Enquanto ela tivesse o meu anel em seu poder, eu estaria transformado em pomba”.
Então os jovens saíram da floresta, casaram e viveram felizes para sempre.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

Branca de Neve e os Sete Anões

Há muito tempo, num reino distante, viviam um rei, uma rainha e a sua filha, a princesa Branca de Neve. Um dia, a rainha ficou muito doente e morreu. O rei, sentindo-se muito sozinho, casou-se novamente. O que ninguém sabia é que a nova rainha era uma feiticeira cruel, invejosa e muito vaidosa, que tinha um espelho mágico ao qual perguntava todos os dias: “Espelho, espelho meu, há no reino mulher mais bela do que eu?” “És a mais bela de todas, minha rainha”, respondia o espelho.
Branca de Neve crescia e ficava cada vez mais bonita. Todos gostavam muito dela, excepto a rainha. Um dia, como de costume, a rainha perguntou ao espelho: “Espelho, espelho meu, há no reino mulher mais bela do que eu?” “Sim, minha rainha! Branca de Neve é agora a mais bela!”
A rainha ficou furiosa. Imediatamente mandou chamar um guarda e ordenou-lhe que expulsasse Branca de Neve do reino. No dia seguinte, o guarda levou a menina para a floresta e disse-lhe para nunca mais regressar ao castelo. Branca de Neve andou muito tempo perdida até encontrar uma cabana muito pequena e engraçada. Parecia habitada por crianças pois tudo ali era pequeno. No andar de cima encontrou sete caminhas, umas ao lado das outras. A princesa estava tão cansada que juntou as caminhas, deitou-se e adormeceu. Os donos da cabana eram sete anõezinhos que, ao voltarem para casa ficaram muito espantados ao encontrar uma linda jovem a dormir nas suas camas. Branca de Neve acordou e contou a sua história aos anões, que a convidaram para morar com eles.
O tempo passou... Um dia, a rainha resolveu consultar novamente o seu espelho e descobriu que Branca de Neve continuava a ser a mais bonita do reino. Ficou furiosa. Por isso, fez uma poção mágica, que colocou dentro de uma maçã, e transformou-se numa velhinha. “Uma dentada nesta maçã fará Branca de Neve dormir para sempre”, disse a bruxa. No dia seguinte, quando os anões estavam a trabalhar a velha bateu à porta para pedir água. Branca de Neve, gentilmente, ofereceu-lhe um copo de água. “Por favor, aceite esta maçã como agradecimento”, ofereceu-lhe a velha.
No mesmo instante em que mordeu a maçã, Branca de Neve desmaiou. Os anõezinhos encontraram-na caída, como se estivesse a dormir. Colocaram-na numa linda cama de cristal que fizeram de propósito para ela, no meio de uma clareira na floresta e ficaram a vigiar dia e noite, à espera que acordasse. Certo dia, chegou até à clareira um príncipe de um reino vizinho. Ele pediu aos anões que o deixassem levar a princesa para o seu castelo, onde ela estaria melhor. Os anões concordaram e, quando a ergueram da cama, o pedaço de maçã que estava na sua boca caiu. O feitiço desfez-se e a princesa acordou. Branca de Neve partiu com o príncipe para um castelo distante onde se casaram e foram felizes para sempre.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

O Gato das Botas

Era uma vez um moleiro muito velho que tinha três filhos. Um dia, antes de morrer, chamou-os para lhes dizer que ia repartir por eles todos os seus bens. Ao mais velho deu o moinho, ao do meio deu o burro e ao mais novo deu o gato. O filho mais novo ficou muito triste porque tinha ficado com o bem menos valioso.
Estava o filho mais novo a lamentar a sua sorte, quando o gato lhe disse: “Antes de te sentires mais infeliz, dá-me um saco e um par de botas”. O rapaz ficou muito espantado e obedeceu ao pedido do gato. O gato calçou as botas, pegou no saco e lá foi pela floresta fora. Como era muito esperto, não demorou muito a apanhar uma lebre bem gordinha, que pôs dentro do saco. Com o pesado saco às costas, o gato dirigiu-se ao castelo do rei e ofereceu-lhe a lebre, dizendo-lhe que era uma oferta do seu amo, o Marquês de Carabás. O rei ficou muito impressionado com a oferta e mandou o gato agradecer ao amo.
Daí em diante o gato repetiu aquele gesto várias vezes, levando vários presentes ao rei e dizendo sempre que era uma oferta do seu amo, o Marquês de Carabás. Um dia, disse o gato ao seu amo: “Senhor, tomai banho neste rio que eu trato de tudo”.
O gato esperou que a carruagem do rei passasse junto ao rio onde o rapaz tomava banho e pôs--se a gritar: “Socorro! Socorro! O meu amo, o Marquês de Carabás, foi assaltado e atirado ao rio, quando estava a visitar as suas plantações. Por favor ajudem-no”. O rei ordenou que parassem a carruagem e mandou os seus criados ajudar o Marquês, dando-lhe belas roupas e convidando-o a viajar com ele e com a filha, a princesa, na carruagem real.
O gato começou a correr à frente da carruagem em direcção ao castelo do gigante. Pela estrada fora, sempre que via alguém a trabalhar nos campos, pedia-lhes que dissessem que trabalhavam para o Marquês de Carabás.
O rei, no regresso ao castelo, parou junto de vários camponeses aos quais perguntou para quem trabalhavam. “Para o Marquês de Carabás, Senhor”, respondiam todos. O rei ficou muito impressionado.
O gato chegou por fim ao castelo do gigante. Pediu para ser recebido e perguntou-lhe: “É verdade que te consegues transformar num animal qualquer?” O gigante, meio indignado, respondeu logo que sim. Então o gato pediu-lhe que se transformasse num rato. E o gigante transformou--se num rato. O gato, que estava atento, deu um salto, agarrou o rato e comeu-o.
O rei, a princesa e o Marquês de Carabás chegaram ao castelo do gigante, onde foram recebidos pelo gato. “Sejam bem vindos à casa do meu amo, o Marquês de Carabás”.
O rei nem queria acreditar no que os seus olhos viam. Impressionado com a riqueza do Marquês, o Rei quis que ele casasse com a sua filha. E foi assim que, graças ao seu gato, o filho de um moleiro casou com a princesa mais bela do reino.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

A Princesa e a Ervilha

Era uma vez um príncipe muito belo, meigo e bom que tinha chegado à idade de se casar. Procurou em todo o reino uma rapariga de quem gostasse, mas tinha de ser uma princesa de verdade: bela, elegante e delicada. Acabou por decidir viajar pelo mundo à procura da sua princesa. Conheceu raparigas muito belas e desejosas por casar com ele mas acabou por não se interessar por nenhuma delas.
“Que desilusão!”, contava o príncipe aos reis, seus pais. “Não imaginam a quantidade de falsas princesas que há! Todas parecem muito delicadas ao princípio, mas são vulgares, tontas e incultas”. Os reis ficaram muito aflitos. Com quem se iria casar então o seu único filho e herdeiro? Também o príncipe estava triste e melancólico pois já se via solteiro para toda a vida ou casado com alguma jovem por quem não estivesse apaixonado. Numa noite de tempestade, duas pessoas chegaram às portas do palácio. Bateram à porta do palácio com tanta força que se ouviu no salão real. “Quem poderá ser numa noite como esta?” perguntou o rei. Qual não foi a sua surpresa quando lhe anunciaram que quem batera à porta dizia ser uma princesa. O rei disse que a deixassem entrar e que a trouxessem à sua presença. Entrou então uma jovem acompanhada de uma mulher mais velha, todas encharcadas, mas logo o príncipe ficou encantado com a beleza da jovem. O rei perguntou quem eram e a jovem explicou que ela e a sua empregada se tinham perdido da comitiva com quem viajavam e não sabiam onde estavam. O príncipe contemplava-a encantado. A rainha observava a jovem, desconfiada, não acreditando que se tratasse de uma princesa de verdade. Em seguida ofereceram-lhe o jantar e a jovem sentou-se à mesa com elegância e comeu os manjares que lhe serviram com modos delicados. A rainha não parou de a observar nem por um momento: “É bela e educada. Mas será delicada como uma autêntica princesa? Mais vale que o seja senão o meu pobre filho vai sofrer outra desilusão. Mas a minha obrigação de rainha e de mãe é fazer a esta rapariga uma última prova”, pensou a rainha.
A rainha ordenou aos seus criados para prepararem uma cama com os sete colchões mais altos e fofos que existissem no palácio e escondeu uma ervilha debaixo dos colchões. Se fosse uma princesa de verdade, delicada, notaria de certo que algo não estava bem na cama que lhe tinham preparado. Depois acompanhou a jovem ao quarto: “Espero que esta cama seja bastante confortável para que possa descansar”, disse a rainha. A princesa agradeceu a amabilidade e preparou-se para se deitar.
Na amanhã seguinte a rainha foi ao quarto da princesa e perguntou-lhe se tinha descansado bem. “Oh, muito mal, muito mal mesmo”, disse a jovem. “Porquê, teve pesadelos?” perguntou a rainha. “Não sei. Sei apenas que não preguei olho. Não sei o que tinha na cama mas senti uma coisa dura debaixo do corpo que me torturou a noite toda”. Ao ouvir isto a rainha deu um grito de alegria: “É uma princesa! Uma princesa de verdade! Só uma princesa verdadeira pode ter a pele tão delicada”. Foi então logo procurar o seu filho. Ao ouvir a notícia o príncipe ficou muito feliz. Nesse mesmo dia declarou o seu amor àquela jovem e pouco tempo depois casaram-se com uma grande festa e viveram felizes para sempre.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

O Capuchinho Vermelho

Era uma vez uma menina que vivia numa casinha perto da floresta. Quase todos os dias a menina ia visitar a sua avó, que vivia no outro lado da floresta. Para isso, a menina tinha que andar muito pois não podia atravessar a floresta por causa de um lobo que lá vivia e que assustava as pessoas que por lá passavam.
Um dia, a mãe da menina chamou-a e pediu-lhe para levar um lanche a casa da avó porque ela estava doente e não se podia levantar. A mãe avisou-a para não entrar na floresta e não se demorar muito pelo caminho. A menina colocou a sua capa com um capuchinho vermelho, pegou no cesto do lanche e saiu para casa da avó. A meio do caminho pensou que seria bom levar um raminho de flores à avó para a animar. Viu umas bem bonitas no caminho ao lado da floresta e começou a apanhá-las. De repente, viu umas flores amarelas que nunca tinha visto. Para as apanhar tinha que entrar na floresta mas pensou que se aparecesse alguém, ela teria tempo de fugir. Entusiasmada com as flores, nem reparou que já tinha perdido o caminho de volta.
Quando procurava a estrada, sentiu alguém atrás dela. Voltou-se e deu com o focinho do lobo mesmo encostado a ela. Perguntou-lhe onde ia e ela disse-lhe que ia visitar a avó que estava à espera dela. Sugeriu à menina fazerem uma corrida até casa da avó. A menina começou a pensar que o lobo, afinal, não era tão mau como se dizia e aceitou fazer a corrida com ele. Partiram os dois e o lobo, que conhecia muito bem todos os caminhos da floresta, foi por um atalho e chegou rapidamente a casa da avozinha. Bateu à porta e disfarçou a voz para fingir que era a menina. Quando entrou foi logo para o quarto da avó que ficou muito assustada, mas conseguiu fugir a tempo de se fechar na cave. O lobo, vestiu uma das camisas de dormir da avó, pôs uma touca na cabeça e deitou-se na cama à espera que a menina chegasse.
Quando a menina chegou, bateu à porta pensando que tinha ganho a corrida ao lobo. O lobo mandou-a entrar fazendo uma voz fininha para fingir que era a avó. A menina ficou admirada por ver a avó com um aspecto tão diferente do habitual e pensou que ela devia estar mesmo muito doente. Perguntou-lhe porque tinha uns olhos tão grandes: “É para te ver melhor, minha netinha”. Depois, a menina perguntou porque tinha ela as orelhas tão grandes: “É para te ouvir melhor, minha netinha”. Em seguida, a menina perguntou-lhe porque tinha ela a boca tão grande e o lobo, saltando da cama e já sem disfarçar a voz, disse: “É para te comer”. A Capuchinho Vermelho conseguiu sair a correr do quarto e fugiu para a rua a gritar por socorro. Um caçador que passava ali perto ouviu os gritos e correu para junto da casa da avó. O lobo, ao ver o caçador, fugiu a sete pés e nunca mais apareceu na floresta.
A avozinha, apercebendo-se de tudo, saiu da cave e foi ter com o caçador e com a Capuchinho Vermelho. A partir desse dia toda a gente podia passear à vontade pela floresta, pois já não tinham que ter medo do malvado do lobo.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

O Príncipe Sapo

Um dia uma jovem princesa saiu para dar um passeio na floresta. Quando chegou a um lago parou para descansar um pouco. Ela tinha uma bola dourada na sua mão, que era o seu brinquedo preferido. Atirava-a ao ar e voltava a apanhá-la. Até que a atirou tão alto que não a conseguiu agarrar. A bola rolou pelo chão e caiu no lago. A princesa queria apanhá-la mas estava tão funda que a princesa nem a conseguia ver. Começou a lamentar-se e disse: “Se eu pudesse recuperar a minha bola, daria todas as minhas roupas, jóias, e tudo que eu tenho no mundo”.
Nisto, um sapo colocou a cabeça fora da água, e disse: “Eu não quero as tuas jóias nem as tuas roupas. Mas se me amares e me deixares viver contigo e comer à tua mesa e dormir na tua cama, devolvo-te a bola”. “Que disparate” pensou a princesa. “O sapo nunca poderá sair do lago e visitar-me, mas pode ser capaz de me devolver a bola e, por isso, vou concordar”. Então a princesa aceitou: “Se me deres a bola, farei tudo o que pedes”. Então, o sapo mergulhou profundamente na água, e passado um momento surgiu com a bola na boca e lançou-a para a margem do lago. Assim que a princesa viu a bola, correu de volta para casa. Estava tão contente por ter de volta o seu brinquedo que não voltou a pensar no sapo. O sapo chamou-a mas ela não parou.
No dia seguinte, quando ia jantar, a princesa ouviu bater à porta. Ali estava o sapo que ela tinha esquecido. A princesa assustou-se e tentou fechar a porta tão rápido quanto podia. O rei, seu pai, vendo que alguma coisa a tinha assustado perguntou-lhe o que se passava. Ela contou ao rei a promessa que tinha feito ao sapo. Nesse momento voltaram a bater à porta e ouviu-se uma voz: “Abre a porta, querida princesa”. Então o rei disse à sua filha: “Tens que cumprir a tua palavra e deixá-lo entrar”. Ela assim fez e o sapo entrou na sala, foi até à mesa e subiu para jantar.
A princesa deu-lhe de comer num prato dourado. Depois de ter comido tanto quanto podia, o sapo quis ir para a cama. A princesa, contrariada, colocou-o na sua almofada onde ele dormiu durante toda a noite. Assim que nasceu o dia o sapo saltou pela janela e saiu. “Já não terei de o ver mais” pensava a princesa. Mas quando chegou a noite, voltaram a bater à porta. O sapo entrou e voltou a jantar na mesa real e a dormir na almofada da princesa como na noite anterior. Na terceira noite fez o mesmo mas antes de a princesa adormecer, pediu-lhe: “Tens que me dar um beijinho”. A princesa, apesar de incomodada, lembrou-se da promessa que tinha feito e das palavras do seu pai.
Quando a princesa despertou na manhã seguinte surpreendeu-se ao ver, no lugar do sapo, um príncipe a olhar para ela com os olhos mais bonitos que ela jamais tinha visto. Ele explicou-lhe que tinha sido enfeitiçado por uma bruxa que o transformou em sapo até que uma princesa o tirasse do lago, o deixasse comer na sua mesa, dormir na sua cama durante três noites e lhe desse um beijo. “Tu quebraste o feitiço e agora não posso desejar mais nada a não ser que venhas comigo para o meu reino, onde nos casaremos e onde te amarei para sempre”, disse o príncipe. A jovem princesa não teve dúvidas e respondeu logo que sim. E então viajaram para o reino do príncipe onde viveram felizes para sempre.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

Aladino

Aladino era um rapaz muito pobre que vivia com a sua mãe. Aladino passava os dias a olhar para as janelas do palácio para ver a princesa, a rapariga mais bonita que alguma vez tinha visto. Um dia, estava a andar na rua quando foi chamado por um senhor muito bem vestido.
O senhor disse que era um mágico e que lhe podia dar muito ouro e diamantes se ele o ajudasse. O Aladino, que era muito esperto, desconfiou da generosidade do homem, mas como precisava do dinheiro para ajudar a sua mãe, seguiu o mágico. Foram até fora da cidade e, por entre as rochas, o mágico destapou uma argola que estava presa ao chão: “Levanta-a que aí dentro está o tesouro”. O Aladino obedeceu. Ao levantar a argola, abriu-se um buraco muito fundo na rocha. E o mágico disse: “Tens que descer até lá abaixo porque eu estou velho e não consigo. Lá dentro encontras todo o tipo de riquezas: Moedas de ouro, pérolas e diamantes. Podes ficar com o que quiseres. Preciso apenas que me encontres uma lâmpada de ouro”.
Aladino, desconfiado, desceu ao buraco e viu um tesouro magnífico. Depois de muito procurar, encontrou uma lâmpada de ouro. O mágico pediu para que Aladino a atirasse antes de subir. O rapaz, desconfiando que o mágico não o ajudava a sair do buraco disse-lhe que só lhe daria a lâmpada quando ele saísse de lá e com uma parte do tesouro, como estava prometido. O mágico irritou-se e fechou-lhe a porta do buraco: “Já que não fazes o que te digo, ficarás aí fechado para sempre”. Aladino ficou assustado e gritou por socorro, mas ninguém o ouvia. Sozinho e à espera que alguém o ajudasse, Aladino reparou que a lâmpada tinha algo escrito, mas como estava muito suja, não conseguia ler. Esfregou-a e, para seu espanto, surge-lhe um génio de dentro da lâmpada. “Sou o génio da lâmpada e estou aqui para satisfazer os desejos do meu amo”.
Aladino ficou muito surpreendido e pediu para que o génio o tirasse de dentro da gruta. Esse pedido foi logo satisfeito. Então Aladino pediu ao génio o maior palácio do reino e muitas riquezas para si e para a sua mãe. E, para que não lhe roubasse a lâmpada, Aladino pediu ao génio que enviasse o mágico que o tinha fechado na gruta para uma terra bem longe, de onde nunca pudesse regressar.
A riqueza do Aladino rapidamente chamou a atenção do Sultão que logo quis que se casasse com a sua filha, a princesa. Assim, Aladino casou com a princesa e o seu segredo nunca foi revelado.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardos Domingos