Um dia uma jovem princesa saiu para dar um passeio na floresta. Quando chegou a um lago parou para descansar um pouco. Ela tinha uma bola dourada na sua mão, que era o seu brinquedo preferido. Atirava-a ao ar e voltava a apanhá-la. Até que a atirou tão alto que não a conseguiu agarrar. A bola rolou pelo chão e caiu no lago. A princesa queria apanhá-la mas estava tão funda que a princesa nem a conseguia ver. Começou a lamentar-se e disse: “Se eu pudesse recuperar a minha bola, daria todas as minhas roupas, jóias, e tudo que eu tenho no mundo”.
Nisto, um sapo colocou a cabeça fora da água, e disse: “Eu não quero as tuas jóias nem as tuas roupas. Mas se me amares e me deixares viver contigo e comer à tua mesa e dormir na tua cama, devolvo-te a bola”. “Que disparate” pensou a princesa. “O sapo nunca poderá sair do lago e visitar-me, mas pode ser capaz de me devolver a bola e, por isso, vou concordar”. Então a princesa aceitou: “Se me deres a bola, farei tudo o que pedes”. Então, o sapo mergulhou profundamente na água, e passado um momento surgiu com a bola na boca e lançou-a para a margem do lago. Assim que a princesa viu a bola, correu de volta para casa. Estava tão contente por ter de volta o seu brinquedo que não voltou a pensar no sapo. O sapo chamou-a mas ela não parou.
No dia seguinte, quando ia jantar, a princesa ouviu bater à porta. Ali estava o sapo que ela tinha esquecido. A princesa assustou-se e tentou fechar a porta tão rápido quanto podia. O rei, seu pai, vendo que alguma coisa a tinha assustado perguntou-lhe o que se passava. Ela contou ao rei a promessa que tinha feito ao sapo. Nesse momento voltaram a bater à porta e ouviu-se uma voz: “Abre a porta, querida princesa”. Então o rei disse à sua filha: “Tens que cumprir a tua palavra e deixá-lo entrar”. Ela assim fez e o sapo entrou na sala, foi até à mesa e subiu para jantar.
A princesa deu-lhe de comer num prato dourado. Depois de ter comido tanto quanto podia, o sapo quis ir para a cama. A princesa, contrariada, colocou-o na sua almofada onde ele dormiu durante toda a noite. Assim que nasceu o dia o sapo saltou pela janela e saiu. “Já não terei de o ver mais” pensava a princesa. Mas quando chegou a noite, voltaram a bater à porta. O sapo entrou e voltou a jantar na mesa real e a dormir na almofada da princesa como na noite anterior. Na terceira noite fez o mesmo mas antes de a princesa adormecer, pediu-lhe: “Tens que me dar um beijinho”. A princesa, apesar de incomodada, lembrou-se da promessa que tinha feito e das palavras do seu pai.
Quando a princesa despertou na manhã seguinte surpreendeu-se ao ver, no lugar do sapo, um príncipe a olhar para ela com os olhos mais bonitos que ela jamais tinha visto. Ele explicou-lhe que tinha sido enfeitiçado por uma bruxa que o transformou em sapo até que uma princesa o tirasse do lago, o deixasse comer na sua mesa, dormir na sua cama durante três noites e lhe desse um beijo. “Tu quebraste o feitiço e agora não posso desejar mais nada a não ser que venhas comigo para o meu reino, onde nos casaremos e onde te amarei para sempre”, disse o príncipe. A jovem princesa não teve dúvidas e respondeu logo que sim. E então viajaram para o reino do príncipe onde viveram felizes para sempre.
Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos
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