Uma jovem criada viajava com os seus amos por uma floresta. Enquanto descansavam, a rapariga decidiu apanhar amoras para fazer um bolo quando chegassem a casa e perdeu-se. Deu muitas voltas à procura dos seus amos, mas em vão. Procurou uma estrada que a pudesse levar à mansão, mas também não encontrou.
Quando chegou a noite, a rapariga, muito assustada e com fome, procurou refúgio debaixo de uma árvore. Passado um pouco, uma pequena pomba branca voou até ela com uma pequena chave dourada no bico. “Naquela árvore grande está uma pequena fechadura. Abre-a com esta chave e encontrarás comida”. A jovem chegou à árvore, encontrou a fechadura e abriu-a. Lá dentro estava pão e leite. Depois de comer, a rapariga sentiu-se cansada. Voltou a pomba, que lhe entregou outra chave. “Naquela outra árvore está outra fechadura. Lá dentro está uma cama onde podes descansar”. A rapariga encontrou uma cama pequena mas confortável, onde se deitou e adormeceu. Na manhã seguinte, a pomba chegou pela terceira vez e trouxe mais uma chave. “Abre aquela árvore e encontrarás roupas”. A jovem abriu e encontrou roupas e jóias lindas, dignas de uma princesa. A rapariga viveu na floresta durante vários dias e a pomba trazia-lhe chaves que lhe permitiam ter tudo o que necessitava. Um dia, a pomba pergunta à rapariga se lhe pode fazer um favor. “Claro que sim. Em que te posso ajudar?”, perguntou a jovem. “Vou-te guiar até uma pequena casa na floresta, onde encontrarás uma velha mulher sentada à lareira que irá cumprimentar-te e falar contigo. Não deverás, por nenhuma razão, responder-lhe nem falar-lhe. Deves passar por ela em direcção a uma porta que está no fundo da sala. Entras nessa porta e verás vários anéis, de todos os tipos, alguns deles magníficos. Procura entre eles um anel liso e traz-mo”.
A rapariga aceitou e seguiu a pomba em direcção à casa. Entrou e viu uma velha sentada à lareira que cumprimentou a jovem, tal como a pomba tinha dito. A rapariga não respondeu e continuou em direcção à porta que estava no outro lado na sala. “Deves estar perdida. Senta-te aqui um pouco comigo, que eu trago algo para comer”, disse a velha. A rapariga não falou com ela e continuou a andar. “Malcriada. Entras em minha casa e não me falas?” A velha tentou agarrar a rapariga mas ela conseguiu fugir e correu em direcção à porta. Entrou pela porta e, em várias mesas, estava uma enorme quantidade de anéis de todas as formas e cores, que brilhavam perante os seus olhos. A rapariga procurou e não encontrou o anel liso que a pomba queria. Mas viu que a velha tinha entrado dentro da sala e estava a mexer num monte de anéis que estavam em cima de uma pequena mesa num canto. A rapariga correu em direcção à velha e conseguiu retirar-lhe um anel liso que ela já tinha fechado na mão.
A jovem fugiu com o anel e esperou que a pomba o viesse buscar. Mas a pomba, quando chegou, pousou ao lado da jovem e transformou-se num belo rapaz, que abraçou e beijou a rapariga. “Salvaste-me do feitiço de uma velha bruxa. Enquanto ela tivesse o meu anel em seu poder, eu estaria transformado em pomba”.
Então os jovens saíram da floresta, casaram e viveram felizes para sempre.
Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos
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