A Princesa e a Ervilha

Era uma vez um príncipe muito belo, meigo e bom que tinha chegado à idade de se casar. Procurou em todo o reino uma rapariga de quem gostasse, mas tinha de ser uma princesa de verdade: bela, elegante e delicada. Acabou por decidir viajar pelo mundo à procura da sua princesa. Conheceu raparigas muito belas e desejosas por casar com ele mas acabou por não se interessar por nenhuma delas.
“Que desilusão!”, contava o príncipe aos reis, seus pais. “Não imaginam a quantidade de falsas princesas que há! Todas parecem muito delicadas ao princípio, mas são vulgares, tontas e incultas”. Os reis ficaram muito aflitos. Com quem se iria casar então o seu único filho e herdeiro? Também o príncipe estava triste e melancólico pois já se via solteiro para toda a vida ou casado com alguma jovem por quem não estivesse apaixonado. Numa noite de tempestade, duas pessoas chegaram às portas do palácio. Bateram à porta do palácio com tanta força que se ouviu no salão real. “Quem poderá ser numa noite como esta?” perguntou o rei. Qual não foi a sua surpresa quando lhe anunciaram que quem batera à porta dizia ser uma princesa. O rei disse que a deixassem entrar e que a trouxessem à sua presença. Entrou então uma jovem acompanhada de uma mulher mais velha, todas encharcadas, mas logo o príncipe ficou encantado com a beleza da jovem. O rei perguntou quem eram e a jovem explicou que ela e a sua empregada se tinham perdido da comitiva com quem viajavam e não sabiam onde estavam. O príncipe contemplava-a encantado. A rainha observava a jovem, desconfiada, não acreditando que se tratasse de uma princesa de verdade. Em seguida ofereceram-lhe o jantar e a jovem sentou-se à mesa com elegância e comeu os manjares que lhe serviram com modos delicados. A rainha não parou de a observar nem por um momento: “É bela e educada. Mas será delicada como uma autêntica princesa? Mais vale que o seja senão o meu pobre filho vai sofrer outra desilusão. Mas a minha obrigação de rainha e de mãe é fazer a esta rapariga uma última prova”, pensou a rainha.
A rainha ordenou aos seus criados para prepararem uma cama com os sete colchões mais altos e fofos que existissem no palácio e escondeu uma ervilha debaixo dos colchões. Se fosse uma princesa de verdade, delicada, notaria de certo que algo não estava bem na cama que lhe tinham preparado. Depois acompanhou a jovem ao quarto: “Espero que esta cama seja bastante confortável para que possa descansar”, disse a rainha. A princesa agradeceu a amabilidade e preparou-se para se deitar.
Na amanhã seguinte a rainha foi ao quarto da princesa e perguntou-lhe se tinha descansado bem. “Oh, muito mal, muito mal mesmo”, disse a jovem. “Porquê, teve pesadelos?” perguntou a rainha. “Não sei. Sei apenas que não preguei olho. Não sei o que tinha na cama mas senti uma coisa dura debaixo do corpo que me torturou a noite toda”. Ao ouvir isto a rainha deu um grito de alegria: “É uma princesa! Uma princesa de verdade! Só uma princesa verdadeira pode ter a pele tão delicada”. Foi então logo procurar o seu filho. Ao ouvir a notícia o príncipe ficou muito feliz. Nesse mesmo dia declarou o seu amor àquela jovem e pouco tempo depois casaram-se com uma grande festa e viveram felizes para sempre.

Texto adaptado por Sónia Santos e Ricardo Domingos

3 comentários:

krika disse...

Olá,estava eu pesquisando a princesa e a ervilha e parei aqui. Muito lindo tudo isto!
Meu blog é o linguagem e afins. Puramente didático,por isto publiquei esta postagem suas da princesa. Caso não permitam ,retirarei chorando....
Tb gostaria de publicar os demais contos,com as ilustrações maravilhosas,Por favor visitem o linguagem e me dêem retorno,obrigada

Sandra Nascimento disse...

Olá! Agradeço as suas palavras. é bom saber que gostou das minhas ilustrações.
Dou permissão para publicar as ilustrações das histórias sempre com referência ao meu nome e ao blog.
No entanto, não posso permitir a publicação dos textos que foram adaptados por dois amigos.
Agradecia a sua compreensão.

Beijinhos,
Sandra

krika disse...

Obrigada, coloco créditos sem dúvida. Pena..sobre os textos...